Muita gente pergunta se o CV deve caber numa página. A resposta não é única, mas há regras claras que ajudam a decidir. Se está a preparar um cv uma página, entenda quando ele é a melhor opção e quando duas páginas servem melhor o seu objetivo. O foco é sempre o mesmo: comunicar valor de forma rápida, clara e relevante.
Quantas páginas deve ter um CV? Regra prática
A extensão do CV acompanha o momento da carreira. Para muitas candidaturas, um CV deve caber numa página — especialmente no início. Em perfis mais complexos, duas páginas podem ser a medida certa.
| Nível de carreira | Páginas recomendadas | Observações essenciais |
|---|---|---|
| Estudante / Recém-licenciado | 1 página | Destaque projetos, estágios e resultados quantificáveis. |
| Júnior (até ~5 anos) | 1 página | Priorize impacto e competências-chave. |
| Pleno (5–10 anos) | 1 página (às vezes 2) | Use 2 páginas se o histórico for diverso ou técnico. |
| Sénior (10+ anos) | 2 páginas | Síntese na 1ª página; detalhes selecionados na 2ª. |
| Gestão/Executivo | 2 páginas | Trajetória, liderança, P&L, transformação e indicadores estratégicos. |
| Académico/Pesquisa | 2+ páginas (CV académico) | Publicações, conferências e projetos justificam extensão maior (formato próprio). |
Se a pergunta é “quantas páginas deve ter um CV?”, use esta lógica: uma página por padrão, duas quando o contexto exige profundidade sem redundância.
CV em uma ou duas páginas: vantagens e limites
1 página: quando brilha
- Leitura rápida por recrutadores e ATS.
- Força de síntese: só o que serve à vaga.
- Ideal para quem tem até 10 anos de experiência ou trajetória linear.
Limites:
- Menos espaço para explicar contexto, tecnologias e resultados complexos.
- Pode omitir experiências relevantes se não houver curadoria rigorosa.
2 páginas: quando é acertado
- Útil em perfis técnicos (TI, engenharia, dados) com projetos e stacks distintos.
- Trajetórias longas, cargos de gestão, consultoria, portfólios de impacto.
- Permite segmentar: visão estratégica na 1ª página; evidências e resultados na 2ª.
Limites:
- Risco de prolixidade e dispersão.
- Se a 1ª página não prender, a 2ª dificilmente será lida.
Tamanho ideal do CV: critérios para decidir
Avalie estes pontos antes de fechar o ficheiro:
- Relevância para a vaga: cada linha deve responder “por que contratar-me para esta função?”.
- Senioridade: quanto mais complexa a carreira, maior a probabilidade de 2 páginas.
- Setor e país: algumas áreas valorizam concisão extrema; outras exigem detalhe técnico.
- Tipo de candidatura: candidaturas via ATS toleram 1–2 páginas desde que bem estruturadas.
- Histórico: se houve mudanças de carreira, pode precisar de espaço para contexto.
Regra de ouro: se a 2ª página apenas repete funções ou acrescenta informação periférica, volte ao cv uma página.
Como condensar conteúdo para um CV numa página
- Defina o foco do CV
- Título/posição-alvo claro no topo (ex.: “Analista de Dados Pleno”).
- Resumo profissional em 3–4 linhas com especialidade, stack e resultados-chave.
- Priorize resultados, não tarefas
- Troque descrições genéricas por métricas: “Aumentei MRR em 18% em 12 meses”.
- Use verbos fortes: liderar, otimizar, automatizar, escalar, reduzir.
- Enxugue experiências antigas
- Compacte funções com mais de 10 anos: empresa, cargo, datas e 1 linha de síntese.
- Elimine atividades duplicadas entre empregos.
- Agrupe competências
- Junte tecnologias por famílias (ex.: “Cloud: AWS, GCP; Dados: SQL, Python, Airflow”).
- Remova competências genéricas (ex.: “trabalho em equipa”) se não provar com evidências.
- Use um layout que economiza espaço
- Fonte 10–11 pt legível, margens moderadas (1,5–2 cm), bullets de 1–2 linhas.
- Seções essenciais: Cabeçalho, Resumo, Experiência, Educação, Competências; o resto é opcional.
- Exemplo de reescrita
- Antes: “Responsável por várias tarefas de marketing digital, incluindo redes sociais e campanhas pagas.”
- Depois: “Lancei 12 campanhas paid media, +24% conversões e -18% CPA em 6 meses.”
Quando a segunda página faz sentido
- Projetos críticos para a vaga precisam de contexto (escopo, stack, impacto).
- Publicações, certificações e palestras relevantes reforçam autoridade.
- Portfólio técnico (links podem ir no cabeçalho) exige breve descrição dos trabalhos.
- Carreiras com múltiplas transições que pedem explicação clara, sem sacrificar a 1ª página.
Erros comuns ao forçar tudo numa página
- Fonte minúscula e margens apertadas que prejudicam a leitura.
- Jargão e siglas sem explicação.
- Listas intermináveis de competências sem prova no histórico.
- Duplicar tarefas em várias experiências.
- Omitir datas ou contexto crítico para caber no espaço.
- Deixar a 1ª página sem o essencial (resumo, competências-chave, conquistas principais).
Mini‑FAQ sobre extensão do CV
- Um CV de 2 páginas é lido por ATS? Sim, desde que use formatação simples, headings claros e palavras‑chave da vaga.
- Portfólio substitui a 2ª página? Não. O portfólio complementa; o CV conta a história e destaca impacto.
- CV europeu precisa de 2 páginas? Não necessariamente. O formato Europass é comum, mas a extensão depende do perfil e da vaga.
- E perfis técnicos? Muitas vezes 2 páginas funcionam melhor para evidenciar projetos, métricas e stack, sem sacrificar clareza.
- Posso ter versões de 1 e 2 páginas? Sim. Adapte ao anúncio e ao canal de candidatura.
Síntese prática
- Regra base: até 10 anos de experiência, um CV deve caber numa página. Perfis complexos e de liderança funcionam melhor com duas.
- A 1ª página precisa contar a sua proposta de valor sozinha. A 2ª existe para detalhar, não para repetir.
- Qualidade vence quantidade: relevância, clareza e resultados mensuráveis fazem qualquer extensão funcionar.
